Matéria sobre palestra de Ricardo Amorim sobre perspectivas econômicas no Fórum de Presidentes da OCEPAR

Matéria sobre palestra de Ricardo Amorim sobre perspectivas econômicas no Fórum de Presidentes da OCEPAR

Sistema Ocepar

07/2013

 
FÓRUM DOS PRESIDENTE: Ricardo Amorim fala sobre cenário macroeconômico
 
Ricardo Amorim em palestra na OCEPAR
 
A entrada da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, teve um forte impacto na economia mundial pois, devido à mão de obra pouco valorizada do país, houve um barateamento das importações internacionais. Isto, somado à crise nos Estados Unidos e na Europa, foram alguns dos fatores que contribuíram para um cenário favorável ao crescimento dos países emergentes, inclusive o Brasil, nos últimos sete anos, segundo explicou o economista Ricardo Amorim, em sua palestra sobre o contexto macroeconômico, ministrada na manhã desta quarta-feira (03/07), no Fórum dos Presidentes das Cooperativas Paranaenses. “Meu objetivo aqui hoje é falar sobre as mudanças que aconteceram no Brasil nos últimos anos, mostrar porque elas aconteceram e apontar quais são as transformações que vão acontecer daqui pra frente e que eu acredito são as que mais importam, pois criam oportunidades e desafios para vocês”, disse.
 
Crescimento– Segundo ele, muita gente pensa que o crescimento brasileiro é fruto das políticas econômicas nacionais, no entanto, na sua opinião, o Brasil não mudou. “O que de fato mudou foi o mundo e quem mudou o mundo foi a China”, disse. Favorecido por questões externas, e também em função da ascensão de mais de 55 milhões de brasileiros para as classes A, B e C e o acréscimo mundial de mais de 400 milhões de pessoas à nova classe média, o PIB nacional, que em 2002 era de US$ 500 milhões, passou para US$ 2,5 trilhões em 2011. “Isto reflete duas fases: a primeira é a aceleração do crescimento médio brasileiro e a segunda é um processo de fortalecimento da nossa moeda”, afirma Amorim.
 
E agora?– Passada a fase em de expansão acelerada do PIB, explica o economista, a tendência agora é que o país tenha que trabalhar muito mais para conseguir um aumento considerado na economia interna. “Nos últimos anos, tivemos ‘pibinho’ atrás de ‘pibinho’, e a minha previsão é que este ano o crescimento do PIB seja menor do que vem sendo projetado”, disse. De acordo com ele, o Brasil, como país emergente, tem grandes oportunidades, mas para aproveitar isso precisa resolver problemas estruturais, principalmente, no que ser refere à educação, saúde, infraestrutura e carga tributária. “O Brasil tirou um bilhete premiado pois, segundo o Banco Mundial, mais 300 milhões de chineses vão migrar do campo para a cidade nos próximos 10 anos. E quando este processo acabar, a Índia será a bola da vez. Uma nação enorme, pobre e rural. Hoje, metade dos chineses e 60% dos indianos, vivem no meio rural. No Brasil, 13% da população vive no meio rural. A China está, onde o Brasil estava em 1950”, disse.
 
Ação– Segundo Ricardo Amorim, o Brasil não pode mais “empurrar o problema com a barriga”. “Esse modelo que funcionou muito bem até agora, ou seja, aumento do consumo, da oferta de crédito e aumento da renda, está desgastado. Está limite. Está na hora de termos uma ruptura, e a única forma de fazer isso é tocar em questões estruturais. O governo precisa cortar a própria carne. O que significa isto? É reduzir a carga tributária. É reduzir os gastos do poder”, afirmou. Para completar este processo, completa o economista, o governo precisa investir mais em infraestrutura, reduzir a burocracia e combater a corrupção.
 
 

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